Nunca tinha lido um
romance histórico inspirado nos reis de Portugal e tinha alguma curiosidade,
mais acentuada neste romance sobre D. Dinis, pois queria saber como a autora integrara
a faceta trovadoresca do rei.
Assinalo que a
biografia do rei está fielmente reconstruída, constituindo esta proposta
literária uma boa alternativa à leitura de livros biográficos despidos de
enredo, meramente factuais. Através da ficção, desenrola-se o reinado de D.
Dinis, monarca que deixou bem vincada a sua ação política, assim como a faceta
de poeta mulherengo. Confirmei na obra “Amantes dos Reis de Portugal” a
existência das personagens referidas no romance.
O romance assenta numa
estrutura clássica, assim como o nível de registo escrito, com um ritmo
estável, cuja leitura não dificulta a compreensão do narrado.
As personagens estão
bem caracterizadas. Neste ponto, saliento apenas um aspeto menos positivo, na
minha modesta opinião; trata-se da caracterização do infante D. Dinis logo na
abertura do romance. Parece-me algo inverosímil que uma criança com apenas
cinco anos pudesse ser assim em comportamento, pensamento e linguagem.
Com a leitura deste
romance, D. Dinis passou a ser, para mim, rei de corpo inteiro no meu
conhecimento histórico: agora sei que não foi somente o mentor do pinhal de
Leiria, segundo aprendi na escola primária, e o compositor de cantigas de amigo
e de amor, segundo aprendi na escola secundária.
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