ENTREVISTA




Quem é António Breda Carvalho?
António Breda Carvalho é um cidadão mealhadense, com 54 anos de idade, que gosta de ler, escrever, correr e jogar bridge (jogo de cartas). Aprecia o silêncio, o sossego, a boa convivência e a solidariedade.

É professor de Português, na vida profissional. Ser docente nesta área implica ser escritor ou vice-versa?
Ensinar português não implica ser escritor porque são competências distintas. A prova disto é a existência de escritores em todos os sectores profissionais. Um professor de português sabe ensinar literatura, mas pode não saber escrever um texto literário. No meu caso, ser professor e escritor, simultaneamente, é mera coincidência que contribui para me sentir feliz como pessoa e realizado como profissional do ensino.

Quantas obras já publicou?
No total, 11 obras.
Estudos locais: Mealhada – A Escrita do Tempo; Um Século de História – Misericórdia da Mealhada.
Estudos regionais: Acúrcio Correia da Silva e a Bairrada.
Antologias literárias: O Buçaco na Literatura; Montemor-o-Velho – Percursos Literários; Escritas e Escritores da Bairrada.
Contos: In Vino Veritas; A Ver Navios.
Romances: As Portas do Céu; O Fotógrafo da Madeira; Os Azares de Valdemar Sorte Grande.
O Fotógrafo da Madeira inaugura a segunda fase da minha vida literária. Com este romance, passei a assumir a escrita literária com mais seriedade e com mais maturidade.

Como começou este “bichinho” pela escrita literária?
O Prémio Literário Região da Bairrada, em 1989, despertou-me o “bichinho” da escrita. Importante para a continuidade foi o círculo de escritores da então fundada Associação de Jornalistas e Escritores da Bairrada, que durou sete anos. Hoje relaciono-me e convivo com um novo grupo de escritores, da Bairrada e da Gândara, e com alguns académicos. Somos uma família literária.

O romance que apresentará, no próximo sábado, na Mealhada, intitula-se “Os Azares de Valdemar Sorte Grande” e recebeu uma Menção Honrosa da Câmara da Figueira da Foz. Já arrecadou outros prémios?
De 1989 a 2013 contabilizo 19 distinções. No entanto, de 2002 a 2007 escrevi apenas um conto; foi distinguido. Depois nova paragem até 2010, ano em que escrevi o romance O Fotógrafo da Madeira. A partir daqui nunca mais parei. 16 prémios de conto e 3 romances premiados: As Portas do Céu, O Fotógrafo da Madeira e Os Azares de Valdemar Sorte Grande.
 

De que falam as suas obras?
Na generalidade, as minhas obras abordam temas sociais plasmados em enredos ficcionais, integrando também reflexões acerca da condição humana. O registo literário varia em função do tema e da intenção que quero dar à obra.

Qual a próxima?
Não sei qual será o próximo romance a ser publicado. Nem sei se publicarei pela ordem cronológica de escrita; depende de muitos fatores. A obtenção de um prémio pode precipitar a publicação de um romance em detrimento de outros mais antigos. Só tenho a certeza de que a morte é a única coisa que me poderá impedir de escrever e publicar.
 
Jornal da Mealhada, 17.09.2014

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